Dimorfismo sexual e variação morfológica na cabeça de serpentes aquáticas e semiaquáticas revelados pela morfometria geométrica
Autor: Miriam Duarte de Oliveira (Currículo Lattes)
Resumo
Esta dissertação possui dois capítulos que buscaram explorar a variação morfológica na cabeça de três espécies de serpentes aquáticas e semiaquáticas que ocorrem no Extremo sul do Brasil. O primeiro manuscrito testou a presença de dimorfismo sexual no tamanho e forma da cabeça de Helicops infrataeniatus. Constatamos que a espécie é dimórfica em relação ao tamanho da cabeça nas vistas dorsal, lateral e ventral e a forma também varia entre os sexos nas vistas dorsal e ventral. Concluímos que grande parte da variação morfológica se dá devido à alometria, o que pode estar relacionado a divergências de nicho entre os sexos. Também avaliamos como a alometria está presente em cada sexo e descrevemos a variação da forma da cabeça ao longo do desenvolvimento ontogenético. Na segunda parte, fizemos comparações intra e interespecíficas avaliando espécimes de Erythrolamprus jaegeri coralliventris e Erythrolamprus poecilogyrus sublineatus. Na primeira espécie, a cabeça das fêmeas é maior que a dos machos na vista dorsal e lateral, enquanto que na segunda apenas a região ventral é maior nas fêmeas. Erythrolamprus poecilogyrus sublineatus é dimórfica considerando as três vistas da cabeça: a vista dorsal é relativamente mais comprida e estreita nas fêmeas, a vista lateral é mais quadrada e os olhos são proporcionalmente menores e na vista ventral a cabeça das fêmeas é mais larga do que a dos machos. A cabeça de E. j. coralliventris diverge entre os sexos apenas na vista dorsal onde o focinho dos machos é mais largo que o das fêmeas. As espécies diferem entre si nas três vistas em relação a morfologia, onde Erythrolamprus p. sublineatus tem a vista dorsal mais arredondada e curta, olhos e boca proporcionalmente menores do que Erythrolamprus j. coralliventris¸ o que pode estar relacionado ao modo de vida das espécies.